De ontem para hoje, o que mudou nos profissionais da Computação?

Steve Wozniak, Sabeer Bhatia, Blake Ross, Steve Perlman. São nomes que, a primeira vista e para quem não é da área, talvez não digam nada. Mas, se os relacionarmos à Apple Computer, Hotmail, Firefox e WebTV, respectivamente, teremos em mãos alguns dos principais nomes da computação moderna. E ainda, se juntarmos a outros nomes como Bob Davis (Lycos), Max Levchin (PayPal), Jerry Yang e David Filo (Yahoo!), Bill Gates (Microsoft) e Tim Berners-Lee (pai da internet) entre outros, teremos grande parte da história, não só da computação, mas de toda a web.

A grande maioria dessas pessoas veio do nada, apenas com uma idéia na cabeça e muita determinação. Iniciaram algo que, na época, era tratada apenas como uma ilusão ou algo que “não levaria a nada”. Alguns deles, como Jerry Yang e David Filo, do Yahoo!, somente foram adiante depois de penar, e muito, tendo de enfrentar situações como falta de energia elétrica e pane constante nas máquinas. Para quem pensa, hoje, na marca Yahoo!, automaticamente a relaciona aos grandes portais ou a uma empresa com sua sede num enorme prédio comercial cheio de funcionários e com todo o luxo das grandes corporações. Porém esquecem que o Yahoo! nasceu e permaneceu instalado num trailer, que ficava estacionado num pátio de universidade, durante muito tempo.

Problemas com servidores, espaço físico das instalações, funcionários sem a capacitação necessária ou falta de dinheiro eram comuns, mas havia algo ainda pior: a falta de interesse dos meios profissionais e acadêmicos. Todo começo é complicado, mas é ainda pior quando não se tem a tecnologia necessária, sendo preciso desenvolve-la, cria-la e, ainda, provar que vai ser útil (em alguns casos, imaginar uma aplicação), para pessoas céticas, que só enxergam o presente. Esse talvez tenha sido o grande diferencial que transformou idéias “românticas” em corporações gigantescas, como a Microsoft, a Adobe, o PayPal ou, mais recentemente, o Twitter. Empresas essas que hoje valem centenas de milhões de dólares (ou bilhões, dependendo da empresa), mas que nasceram da simples idéia de alguém num curso de faculdade ou de qualquer outra pessoa com determinação suficiente para acreditar em si próprio e levar aquela idéia adiante.

O mundo da computação, e mais especificamente a web, proporcionam isso, a chance de ter idéias e transformá-las em realidade lucrativa. Hoje, logicamente, com menos dificuldades quanto à tecnologia e disponibilidade de recursos, sejam profissionais ou capitais, mas, como tudo acaba saturando, com uma redução drástica de oportunidades de criação ou coisas novas a serem inventadas. Novos profissionais ainda prosperam, porém motivados por modismos ou pela ilusão de que basta sentar num banco de faculdade, ler um monte de livros e sair por ai ganhando milhões. De milhares desses profissionais que aparecem ano a ano, dois ou três realmente se realizarão ou realizarão algo pela computação e pela web.

É bom ver que ainda existem mentes capazes, audaciosas, ávidas não apenas por ganhar dinheiro, mas por construir algo. Steve Wozniak provavelmente tenha sido o último grande romântico da computação, pensando e edificando equipamentos não apenas para satisfação financeira, mas para completar uma ânsia premente que o movia, a de provar que era capaz de construir um computador, ou de melhorar o que já existia, partindo do zero ou de algumas peças adquiridas aqui ou ali. Investiu tudo o que tinha, ou mais, investiu ele próprio. E fez, venceu. Obviamente a época era outra, existindo muito para ser pensado ou criado. Mas a grande diferença de Wozniak e alguém que se comprometa a ser um desenvolvedor ou criador nos dias de hoje é uma coisa chamada obstinação. Steve Jobs dificilmente teria construído a Apple, ou feito dela o que é hoje, sem ter ao lado um obstinado como Steve Wozniak. Agora, a pergunta: e Steve Wozniak teria feito algo sem Steve Jobs como sócio?

A história mostra que os grandes gênios são sempre sentimentais, temperamentais ou românticos amalucados, quando não tudo de uma só vez. E somente sobreviveram de forma satisfatória quando algo ou alguém contrabalançou essas tendências. Obviamente, Wozniak não teria sido ninguém sem Jobs, ou Jobs não teria feito nada sem Wozniak. O romantismo científico de um, aliado a audácia administrativa de outro fez da Apple uma gigante. Outras gigantes apareceram, como IBM, Xérox, HP e outras, mas a Apple sempre terá a marca da ousadia de Jobs e da obstinação de Wozniak. Duas pessoas com uma idéia na cabeça, pouco dinheiro e muita força de vontade.

Um fator determinante ao sucesso profissional de talentos emergentes é, infelizmente, o comportamento do mercado mundial. Ele, o mercado, tange os rumos da computação e da web de uma forma que, se alguém tiver qualquer boa idéia e não a colocar em prática na hora certa, fatalmente naufragará. É um mercado cruelmente dinâmico, lançando tecnologias e tendências de uma forma impossível de se acompanhar. O que hoje vale ouro, amanhã é descartável, inútil, assim como o profissional que deixa de se atualizar. Não se pode mais viver de uma única idéia. Tudo passou a ser corporativo. Então, ou esse profissional se prende nas linhas de produção, as quais são incapazes de inovar com ousadia por terem muito a perder, ou tenta a sorte por conta própria, jogando com o risco de uma excelente idéia não encontrar aporte suficiente para ser levada adiante.

Nunca esteve tão em voga a frase “nada se cria, tudo se copia”. Com a popularização em massa e avanço tecnológico tanto de equipamentos quanto da web como ferramenta de comunicação e trabalho, muitas coisas foram criadas nos últimos 20 anos. Algumas deram certo, se tornando indispensáveis, outras nem tanto. Muito do que se fez nesses anos, se perdeu no tempo, sem sequer saber quem desenvolveu. Ultimamente, vem se adotando algo como um “remake”, porém não de coisas já ultrapassadas e numa tentativa de serem avivadas, mas de algo que está ativo, moderno. Em outras palavras, pega-se algo, modifica-se aqui e ali e se lança com outro nome. Cópia. Basta ser lançado algo que chame a atenção que imediatamente surgirão inúmeras versões daquele produto ou serviço, todos melhorados mas vindos de uma mesma base. E não se pode culpar profissionais ou corporações. O mundo moderno obriga a isso. Existe uma carência muito grande de originalidade ou, até mesmo, de ousadia, coisa que outrora transformou simples idéias estapafúrdias em grandes sucessos comerciais.

Os produtos, mesmo com a popularização e aperfeiçoamento das tecnologias, continuam caros. E parte deste “preço” provém justamente do grande número de profissionais que surgem todos os dias. À primeira vista, pode parecer algo contraditório, mas, se levado em conta que bons profissionais não aparecem todos os dias, todo e qualquer aluno de universidade que demonstre razoável talento, é imensamente disputado pelas corporações, elevando assim seus salários. Ao demonstrarem real talento, passam a ser disputados ainda mais, fazendo seus altos salários subirem novamente. Essa mecânica acaba influenciando todo o mercado, que por si só já é especulativo, e gerando um eterno viés de alta nos salários das categorias que estão abaixo desses ótimos profissionais. Portanto, enquanto a modernidade barateia a produção, os profissionais a encarecem com seus ganhos. E a troca de altos executivos se tornou constante, o que deixa de ser benéfico para a empresa que investiu, e muito, na formação desse profissional. Ela, a empresa, acaba tendo que formar outro para o lugar daquele que saiu, investindo tudo novamente, mas, como a substituição tem que ser imediata, é obrigada a trazer outro de fora, gastando ainda mais com altos salários.

É difícil, hoje, encontrar algum produto com assinatura. Muito recentemente, a Microsoft lançou o Bing, um sistema de buscas para a web e feito para substituir o Live Search, tentando, assim, aumentar sua participação nesse mercado. O Bing teve inúmeras modificações, estruturais ou de layout, em relação ao sistema antigo e contou com o gerenciamento de desenvolvimento de Brain MacDonald, que já havia desenvolvido outros projetos de sucesso para a própria Microsoft. Leve-se em consideração que a Microsoft é uma das maiores consumidoras de novos talentos do mercado, mas, mesmo assim, optou por entregar seu novo projeto para alguém da velha guarda. Questão de eficiência e formação ou romantismo profissional?

Novos talentos existem sim, mas educados de forma diferente. A própria formação acadêmica se dá de forma diferenciada, se comparada com 20 anos passados. Hoje, tudo é simplificado, com um número muito grande de cursos e instituições para formar especialistas, diferente de quando alguém fazia um curso da área por realmente gostar e ter interesse profundo sobre aquilo. Qual programador, hoje, saberia montar a própria máquina de trabalho, circuito por circuito? Soldar cada peça? A dificuldade que existia antigamente em se levar um projeto adiante, fazia daqueles profissionais verdadeiros obcecados em vencer, e, com isso, pessoas com uma visão de mercado muito maior. Isso, por sorte, deixou de ser necessário. Mas, em contrapartida, acomodou um pouco os novos profissionais, tirando deles essa visão ampla que se fazia naturalmente em tempos passados. Então, provavelmente, a Microsoft resolveu entregar seu projeto de um novo sistema de buscas nas mãos de alguém já “mais antigo” na área não pela formação ou capacidade técnica, mas por ser alguém que vivenciou um pouco desse universo escasso, e que, principalmente, tem a visão mais aguçada em relação aos que vêm chegando agora no mercado.

MarcioJR.

UM POUCO DE TUDO E QUASE TUDO ERRADO

WEB 2.0, NOVA LEI CONTRA CRIMES CIBERNÉTICOS E INCLUSÃO DIGITAL. ONDE ESTAMOS ERRANDO?

Os últimos anos vêm sendo satisfatórios para o mundo web. Depois de muito tempo vendo qualquer um fazer o que queria num ambiente que tinha tudo para ser fantástico, mas que só piorava dia-a-dia, um grupo de pessoas da área resolveu colocar ordem na casa. Nasceu, então, a Web 2.0. Organização e padronização passaram a ser palavras de ordem e, aos poucos, os urubús da web foram sendo filtrados e preteridos pelos profissionais que se adaptaram a esse novo conceito e aos novos profissionais que vieram no arrasto. E tem sido ótimo ver que o pensamento passou a ser outro, com mais cuidados em relação a design, um conteúdo mais enxuto e voltado completamente ao usuário, novas tecnologias que desobrigam o proprietário de websites a ficar atrelado a um único desenvolvedor sempre que precisa de manutenção ou atualizações. Talvez o único problema referente à Web 2.0, e não me refiro ao fato de que alguns a execram, é o seu entendimento. Muitos acham que ela, a Web 2.0, é um conjunto ou um complexo de websites voltados à integração do usuário, como microblogs, sites de compartilhamento, blogs, comunidades ou wikis, enquanto que outros pensam ser uma nova série de ferramentas e sistemas de desenvolvimento, como o JQuery ou o HTML 5. Todos estão enganados.

A Web 2.0 é um sistema que incorpora muito mais do que ferramentas e sites onde o usuário tem poder de interação. Ela é um conceito, completamente voltado ao meio de se fazer com que o usuário interaja cada vez mais com o que se faz na web, dando opiniões, criticando, criando ou suprimindo porém, acima de tudo, participando. Mas apenas isso não basta, pois ele, o usuário, precisa de atenção, ser compreendido e ter seu espaço valorizado enquanto usuário. Essa interação não pode ser de via única, o proprietário do website deve fazer também a sua parte. De que adianta uma empresa ter em seu site um espaço para participação do usuário como um fórum, blog ou qualquer outro meio se não for dada a atenção devida ao que o usuário está falando?

Muito já se fez com o aparecimento do conceito da Web 2.0. Mas, agora, cabe aos desenvolvedores e, principalmente, aos proprietários de websites, implementar e exercer esse conceito, senão, voltaremos à estaca zero e ao velho caos.

Outro problema, já comentado aqui no Web Caos, diz respeito ao Projeto de Lei Contra Crimes Cibernéticos, do Sr. Senador Eduardo Azeredo. Ele vai ser aprovado, de uma forma ou de outra, e bom ou ruim, afetará de forma concreta todo o meio virtual tupiniquim e teremos que conviver com ele. Aos poucos se ajustará. O que na realidade assusta quanto a isso, são comentários como o do Excelentíssimo Sr. Luiz Inácio L. da Silva, Presidente da República, que disse o seguinte: “Essa lei que está ai não visa corrigir abuso na internet. Na verdade, quer fazer censura. Precisamos responsabilizar as pessoas que trabalham com internet, mas não proibir ou condenar. É interesse policialesco…”. Cabem aí algumas considerações. Em primeiro lugar, se essa lei realmente não visa corrigir abusos na internet, então, por que está sendo feita? Já passou da hora de termos meios legais de proteção quanto a esses abusos. Então, se ele acha que essa lei não atenderá a contento, então, que providencie uma urgentemente. Segundo, se for realmente censurar, e não aplicar proibições ao que precisa ser proibido, então que nem mostre as caras. E em terceiro e mais importante, por que responsabilizar as pessoas que “trabalham” com internet? Se trabalham com internet, pressupõe-se que adotam meios legais de desenvolvimento, que estão “mostrando a cara” e não cometendo atos ilegais e nem promovendo meios ilícitos de desordem. Se estiverem fazendo isso, não são profissionais e nem muito menos estão “trabalhando” e devem ser punidos sim. Sou desenvolvedor de conteúdo para a internet. Por que devo ser responsabilizado por atos criminosos de pessoas que escrevem sob pseudônimos e se escondem em comunidades A ou B de forma a não serem encontrados? Eu estou trabalhando, eles não. Eu busco meu sustento, eles a desordem. E os demais técnicos da área, como programadores, arquitetos, tecnólogos e outros, vão ser responsabilizados também sempre que aparecer algum código malicioso por aí ou se um novo vírus invadir algum sistema? Se um site de racismo for colocado no ar, eles também são responsáveis? Pois é, mais uma vez, nesse país, falam muito e falam sem pensar no que dizem.

Bom, nos resta a inclusão digital. Qual país que quer ser grande e não aposta na tecnologia digital como meio de melhoria de vida de seu povo? A inclusão visa enredar os menos abastados para costumes, meios e práticas que a classe média já tem por hábito. Mas, o conceito de inclusão digital não vem sendo seguido à risca por aqui. Talvez a indústria de games para PC possa comemorar, e muito, mas é a única. Um computador é relativamente barato para ser adquirido, e um usado em condições de acesso à internet pode ser comprado até pelas parcelas mais pobres, mas de que adianta um computador numa casa onde falta feijão, arroz, segurança, saúde…? Antes de ter um computador, o povo tem que saber ler e escrever. Tem que poder ter a certeza de que ninguém irá invadir sua casa para roubar o computador. Tem que estar saudável para poder sentar diante do computador. É lógico que a inclusão digital é necessária, e muito, mas de nada adianta falar dela como um meio de salvação de um sistema, se os outros vários meios estão largados às traças. E até certo ponto, é ridículo ouvir do nosso Presidente, que “a inclusão digital é a palavra mais sexy do governo” (confira a matéria do portal G1 sobre o assunto no link que está no final do texto). A inclusão digital não é para ser “sexy”, é para ser levada a sério. É para ser conduzida por pessoas que realmente a vejam como tem que ser vista, ou seja, um meio de se elevar a população a níveis de primeiro mundo no quesito informática, de se promover futuros profissionais na área, de se melhorar os meios de aprendizagem, de se facilitar o dia-a-dia das pessoas com tudo o que os meios digitais podem promover.

Temos muito que caminhar quanto à inclusão digital. E o governo pode começar melhorando nosso sistema de acesso a internet. Sendo discada, ela é um suplício de lentidão e cara, sendo banda-larga é ainda mais cara, extremamente lenta se comparada a outros países, instável e inacessível a maior parte do povo. Não nego que tenho visto boas iniciativas, até mesmo por parte do governo, mas ainda não é hora de comemorar ou fazer fanfarras por conta disso. Um último detalhe. Lan Houses não promovem inclusão digital, apenas diversão (algo perto de 80% dos freqüentadores busca apenas jogos, salas de bate-papo e comunidades como o Orkut). Portanto, retirem a enorme fatia de pessoas que vão até elas apenas e unicamente com o intuito de jogar e se divertir, das estatísticas oficiais de inclusão digital, ou então, esse número será eternamente maquiado.

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1209777-6174,00-LULA+VE+CENSURA+EM+PROJETO+DE+LEI+QUE+ENDURECE+PENAS+A+CRIMES+CIBERNETICOS.html

Até a próxima.

MarcioJR.

TURBULÊNCIAS À FRENTE

NOVA LEI CONTRA CRIMES CIBERNÉTICOS.

SE TIVER QUE SER FEITO, QUE SE FAÇA DA FORMA CORRETA.

Pedofilia, estelionato cibernético, racismo, apropriação indébita, quebra de direitos autorais, entre outros. Todos são atos criminosos e corriqueiros. Corriqueiros? Infelizmente sim. Acontecem todos os dias e a toda hora, de forma até mais comum do que se imagina. Alguns países como França, Inglaterra, Alemanha e EUA buscam adaptar suas constituições a esta nova era, tentando coibir ao máximo essas práticas, mas até para eles se torna complicado, isso devido a vastidão do território da internet. Em qualquer canto do mundo, de preferência os territórios sem lei específica, pode-se criar um provedor que terá alcance mundial e de lá, lançar os maiores absurdos na grande rede. Isso acontece, por exemplo, com alguns serviços P2P ilegais, que se mudam de país em país a cada vez que são restringidas suas ações onde estão instalados. E basta uma rápida olhada, no portal G1 por exemplo, para constatar que os “criminosos cibernéticos” continuam atuando de forma bem aberta:

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1205059-6174,00.html

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1199522-6174,00.html

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1184760-6174,00.html

Não critico a criação de novas leis, pelo contrário, elas são extremamente necessárias. Critico, sim, a forma como elas nascem. O Sr. Senador Eduardo Azeredo, autor da nova Lei de Crimes Cibernéticos tem meu completo e total apoio em sua intenção de coibir tais práticas e agravar as penas a elas impostas. Porém, acredito que faltou estruturação quanto aos estudos de impacto de tal projeto e, principalmente, a possibilidades de múltiplas interpretações quanto ao texto do disposto. Seria muito mais aprazível se constituir uma comissão e um grupo de estudos, composto, principalmente, por profissionais da área de desenvolvimento para a web e profissionais de segurança em meios cibernéticos. Seria o mínimo a ser feito. Então, na mesma comissão, juristas, pessoas relacionadas aos diversos meios da sociedade, legisladores, técnicos de outras áreas, leigos e a população, ajudariam a compor um texto realmente voltado para o que se precisa. Teríamos, assim, algo realmente voltado para o que precisamos e para nossa realidade.

A preocupação quanto ao projeto de lei do Sr. Senador Eduardo Azeredo já ganhou corpo e com razão. O artigo 285-B, que criminaliza a ação de “obter ou transferir, sem autorização ou em desconformidade com autorização do legítimo titular da rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso, dado ou informação neles disponível.”, pode gerar interpretações diversas, punindo por uma dessas interpretações até mesmo, por exemplo, o download de uma mera imagem sem a autorização do legítimo proprietário. Então, poderemos ter alguém sendo condenado de um a três anos de reclusão e pagando multa por ter em seu computador uma imagem qualquer que estava disponível em “n” sites na internet. Isso é justo e correto? É correto alguém ser punido por copiar algo que está disposto em um website e que, segundo o próprio website, é livre de licença para download, mesmo que a verdade seja outra e que o produto tenha licença privada? Teremos, então, que ser adivinhos? E nos sites P2P de compartilhamento de músicas, quem será punido? Quem disponibiliza para download ou quem faz a cópia? Ou os dois? Pelo visto, precisaremos de muito mais espaço nos presídios futuramente.

O Brasil ainda engatinha com relação aos aspectos legais do mundo virtual. Leis, aqui, demoram muito para serem desenvolvidas e adaptadas para a realidade. O fator de complicação em relação a isso, é o desenvolvimento acelerado da tecnologia, que não espera, simplesmente evolui. Então, neste momento, o que menos precisamos é de uma legislação dúbia e que possa dar margem a interpretações errôneas do que está ocorrendo, o que acabaria por causar mais problemas do que já existe. Muito do que ocorre aqui é reflexo do enquadramento mundial, e enquanto não for feita uma mobilização global quanto aos crimes cibernéticos, tendo uma mesma legislação para todos os países, crimes como pirataria e quebra de direitos autorais dificilmente terão fim. Inclusive crimes como incentivo à pedofilia ou racismo só tendem a crescer sem uma coibição mais ampla.

Para conhecer ou saber mais sobre o projeto de lei do Sr. Senador Eduardo Azeredo, visite os links abaixo:

http://www.safernet.org.br/site/institucional/projetos/obsleg/pl-azeredo

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL651929-6174,00-ENTENDA+A+POLEMICA+SOBRE+O+IMPACTO+DA+LEI+DE+CRIMES+CIBERNETICOS.html

Até a próxima.

MarcioJR.

Ainda na liderança

              Crise prá cá, crise prá lá, e o internauta brasileiro continua no topo da navegação. Segundo dados do Ibope Nielsen Online, divulgados em 28 de maio de 2009, os internautas tupiniquins ativos permaneceram 24h07min navegando na web, no mês de abril deste ano. Esse número é 8% menor, se comparado à março de 2009, porém, 6% maior em relação à abril de 2008. O Reino unido aparece em segundo no ranking, com 23h03min.

              A pesquisa do Ibope Nilsen Online também mostrou um aumento no número de usuários ativos de 13,6% no acumulado de 12 meses. Com relação ao número de brasileiros que utilizaram a internet a partir de suas residências em abril/09, pouco mudou em comparação ao mês anterior, ficando em aproximadamente 25,5 milhões de usuários. O Ibope mostrou, ainda, que já são 62,3 milhões de brasileiros que contam com algum tipo de acesso à internet.

            Esses números poderiam ser maiores, levando-se em consideração a futura distribuição do sinal de banda larga via cabeamento elétrico, mas o processo continua lento, quase parado.

 

Até a próxima.

 

MarcioJR

Nova Ortografia 2

Aos Web Writers de plantão:

http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?typePag=novaortografia&languageText=   

Não faz milagres, mas ajuda.

Nova Ortografia

                Todo web writer comete erros de ortografia. Não se assuste, é absolutamente normal, afinal, perfeição é um dom que Deus guardou para ele.

               Não é difícil encontrar sites top, de grande importância, com erros que, por vezes, são clamorosos. Nada que um bom revisor não conserte. O fato é que, na maioria das vezes, um web writer trabalha sob pressão do tempo e, via de regra, não tem ninguém para revisar seus textos (quem dirá, então, um revisor profissional). E o problema maior é que, quando pequenos erros são localizados depois de o site já ter sido colocado no ar, raramente são corrigidos. Culpa dos proprietários dos sites, que normalmente se acomodam e acham que ninguém vai notar “aquele pequeno errinho”. E lá vêm os comentários maledicentes dos internautas: “Olha, quanto erro! Esse web writer é péssimo”.

               Bom, para quem é da área, é fato sabido: quem escreve não deveria, jamais, fazer revisão dos próprios textos. Isso é justificável porque quem escreveu, ao ler, passa a exercer uma dinâmica maior na leitura. Já sabendo o que está escrito, simplesmente lê partes de um todo, praticamente complementando mentalmente o restante de uma palavra mais extensa ou partes de um período ou frase, ou seja, passa por sobre o erro e não o vê.

               Confiar em revisores ortográficos dos editores de texto é pedir para cair em diversas armadilhas. Eles funcionam, más não são mágicos. São máquinas e não sabem interpretar precisamente todas as situações que se apresentam, principalmente as que são ambíguas. Outro fator de complicação aos Writers é o sistema de composição de textos para a Web. Escrever em “pirâmide invertida” é fácil, basta ter compreensão relativa do assunto, mas o que castiga é compactar. Entregam pilhas de papéis ao coitado e dizem “compacte um pouco e escreva”. Cinco minutos depois do texto ser entregue para a integração de conteúdo ao design, lá vem o desenvolvedor: “dá pra reduzir um pouquinho?”, e mais cinco minutos: “ainda ta grande, pode compactar mais?”. Reduzir um livro inteiro para apenas duas ou três linhas, além de estafante, é estressante.

               E, como se não bastassem os percalços mais comuns e constantes, ainda veio a dita revisão ortográfica da língua portuguesa. Então, se você é um Web Writer, vá se acostumando a andar com um dicionário no bolso, ou, se tiver chance, peça para contratarem um bom revisor para sua empresa.

               Um bom apoio é o Michaelis online. Nele, você encontra um resumo bem prático das mudanças feitas nessa última revisão.

http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?typePag=novaortografia&languageText=

 

 

Abraços

 

MarcioJR

O QUE FAZ UM WEB WRITER?

               Adapta, compila, monta conteúdo para a WEB. Isso é o que ele faz. Ele pode pesquisar, resumir, suprimir, inflar, dirimir, buscar sinônimos, mesclar, atribuir, restringir formas e fontes, amealhar, limar, acrescentar textos. Tudo isso ele pode fazer.

               Porém, ele jamais CRIA conteúdo. A não ser, evidentemente que, por muita sorte, ele tenha formação acadêmica exatamente naquela área e assunto em que se está desenvolvendo conteúdo para esse ou aquele website. Até onde eu sei, não existe mágica na profissão de WEB WRITER. E se alguém conhecer algum deles que CRIE conteúdo, contrate, pois ele é um gênio.

A Novela Google X Twitter

             Evan Willians volta à baila dos negócios milionários na internet. Ele foi o criador da plataforma de blogs BLOGGER, vendida ao Google em 2003 e, agora, sofre com os boatos sobre seu novo brinquedinho bilionário: o TWITTER.

            O blog TechCrunch dava como certo o andamento das negociações de compra e venda entre as duas empresas, mas, horas depois, voltou atrás em suas declarações, dizendo agora que Google e Twitter apenas fazem negociações para que o Google tenha atualizações em tempo real do Twitter, acelerando, assim, a indexação de informações.

            O Twitter não afirma, mas também não desmente nada sobre o assunto. Algum tempo atrás o FaceBook fez uma proposta de compra ao Twitter (uma pequena fábula de 500 milhões de dólares), mas não houve acordo.

            Por si só, o Twitter não gera muito lucro. Ainda está na fase de injetar capital. Mas seu banco de dados é enorme e daria, tanto ao Google quanto ao FaceBook, ou a quem quer que seja que o compre, um aumento significativo em sua base de dados.

            Acusavam a Microsoft de tentar monopolizar o mercado. Acho que está na hora de mudar o foco dessa acusação, ou, logo-logo, estaremos morando no Google Planet.

 

Abraços

MarcioJR

Banda Larga: Cuidado com choques elétricos

             Segundo comunicado da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), foi aprovado no dia 02/04/09 o acesso à internet banda larga pela rede elétrica. Ainda não existem estimativas de preços, mas algumas empresas já se manifestaram para oferecer o serviço.

            É fato que todo começo é complicado, ainda mais em se tratando de Brasil. Nosso sistema de transmissão elétrica oscila muito, o que dificultará, em princípio, a qualidade de sinal. Com relação ao preço, teoricamente, deverá ser mais baixo que o exercido habitualmente.

            A grande vantagem deste novo sistema é, sem dúvida, o alcance que ele obterá, atingindo locais em que o sistema convencional não está presente, por este ou aquele motivo. Logicamente, tudo dependerá do interesse das concessionárias em levar o novo sistema até estes locais ermos. Afinal de contas, o capitalismo ainda comanda tudo por aqui, e, se não existir boa margem de lucro, os “sem banda-larga” continuarão sem banda-larga.

            Independente disso, o que chama a atenção dos profissionais da área de WEB é o provável aumento no número de internautas com acesso à internet rápida. Quanto maior é o número de internautas, maior será o número de acessos. E, quanto maior o número de acessos, maior o fluxo de negócio on line. A equação é simples.

            Vamos esperar e ver o que acontece, torcendo, logicamente, para que tudo se efetive, no mínimo, de forma razoável. Afinal, aumentar o fluxo de negócios nunca é demais.

 

Abraços.

MarcioJR

Quanto vale investir em uma idéia? parte 2

parte 2

 

            Na primeira parte deste post, mostrei que os números na internet brasileira são tentadores. Apesar da crise mundial, aqui, os índices só crescem. Podemos até estar gastando menos com e-commerce, mas, em contrapartida, milhares de novos usuários vêem aderindo a esta modalidade de comércio. E atrelado a isso, vários empresários que se mantinham ao largo, estão vendo o quanto deixam de ganhar ao insistir em não aderir ao marketing web.

            Mas, a primeira parte do post terminou com uma pergunta: ÞPor que muitos empresários, mesmo com campanhas de marketing web bem estruturadas, não conseguem vender mais?

            A resposta é bem simples: Amadorismo.

            Gaste R$ 1.000.000,00 em links patrocinados. Com esta soma, pode ter a certeza de que seu site será enormemente visitado. Bom, mas só “visitado” não é o suficiente, o que se pretende é vender. E é exatamente ai é que se encontra o maior problema, um gargalo, quando nos referimos ao marketing web.

            Uma campanha de links patrocinados não é exatamente um bicho de sete cabeças para ser desenvolvida e veiculada, mas ela não trabalha sozinha. O que várias pessoas esquecem, e isto é um dos princípios básicos da usabilidade, é que de nada adianta o usuário chegar até o site. Ele precisa FICAR no site.

            O site tem a obrigação de agradar o internauta, de ser de fácil navegação, de ser honesto, de fazer com que o usuário se satisfaça, achando rápido o que deseja. O usuário não pode se perder por um labirinto de vai-e-vem de links e menús ridículos e incabíveis, de se distrair com bolinhas pingando ou pontos correndo pela tela, ou, ainda, com propagandas brotando pela tela a cada vez que se clica em algo. Estas coisas já foram exaustivamente discutidas e, honestamente, profissionais do marketing web que não observam este tipo de coisa não merecem ser chamados de “profissionais”.

            Em resumo, você pode ter uma excelente campanha de marketing dentro da web, mas a resposta final, sempre, estará em seu site. Ele recepciona. Ele atende. Ele vende. Então, se ele não estiver a contento, lamento, seu investimento (pequeno, médio ou grande) foi jogado no lixo.

            Então, evite o amadorismo de certos profissionais. E o seu próprio também. Existem excelentes profissionais ou agências de SEM/SEO, prontos para atender suas necessidades. Profissionais que, além de preparar uma campanha de marketing, vão olhar primeiramente para o site de sua empresa, e, se for necessário, construir uma página de destino. Eles a farão dentro dos melhores padrões de mercado. Faça isso, contrate um profissional e evite o amadorismo. Ou, se preferir desenvolver a própria campanha, tenha a certeza de saber o que está fazendo para não desperdiçar seu próprio dinheiro.

            Para finalizar, não posso deixar de registrar minha consternação pelo livro que li por esses dias. Curioso como sou, comprei e li “GOOGLE ADWORDS, A ARTE DA GUERRA – a batalha dos links patrocinados”, do autor Ricardo Vaz Monteiro, editora BRASPORT Livros e Multimídia LTDA. O fato é que, na página 127, no penúltimo parágrafo, é citado “…Não caia na besteira de contratar um consultor (de usabilidade). Será apenas mais uma opinião entre tantas…”

            O autor acima citado faz uma referência ao teste de usabilidade do site ou página de destino de uma campanha de marketing web. Ao que parece, a referida pessoa sequer imagina o que seja “usabilidade”. Ela, a usabilidade, não existe apenas no meio virtual. Está presente em vários momentos de nossa vida off-line. Inclusive, ao se escrever um livro, é comum um revisor reler e, se necessário, remontar estruturas elaboradas de forma incorreta. Bom, o cidadão acima realmente não sabe o que é usabilidade, ou, então, teria evitado tantos “loops” em seu livro, indo e vindo com assuntos, tópicos, etc., para lá de repetidos. Passei por alguns tópicos (escritos mais de uma vez mesmo) duas ou três vezes. Bom, quem sabe, seja para firmar bem o assunto?

            Mas, o que me irritou, realmente, foi o fato de o sr. Ricardo Vaz Monteiro fazer menção de o proprietário do site, ao invés de contratar um analista de usabilidade, chamar “alguns amigos” para fazer uma análise do site. É citado, na página 128, “Convide amigos ou conhecidos para navegar em seu site. Se possível, pague uma pequena remuneração pelo tempo e esforço necessário…”.  Mais adiante, é citado: “Se possível, filme o monitor durante o teste…”. Sem comentários.

            À Cezar o que é de Cezar, aos analistas SEM/SEO o marketing web, aos analistas de usabilidade a usabilidade.

            Reafirmo. De nada adianta excelentes campanhas de marketing na web se ainda existem AMADORES como o cidadão acima citado.

            Não perca seu dinheiro. Procure bons profissionais.

 

 

Até a próxima.

MarcioJR